(Versão em português abaixo)
Zum Jahreswechsel 2022-2023 verspürte ich nicht den Drang, eine Bilanz des zu Ende gehenden Jahres zu ziehen und über die Aussichten für das neue Jahr nachzudenken. Aber selbst wenn dies nicht bewusst geschah, geschah es unbewusst. Mein Verstand verarbeitete irgendwie die Ereignisse des Jahres 2022 und fragte sich: Was nun? Was wird im Jahr 2023 kommen?
Vor dem Ende des Jahres 2022 habe ich mich selbst gefragt: „Wenn ich wüsste, dass ich morgen sterben würde, was würde mir den größten Schmerz bereiten, den ich zurücklassen müsste?“
Die Frage hat mich überrascht und mich zum Nachdenken gebracht, dass das, was ich am schmerzhaftesten hinter mir lassen muss, meine Bindungen an Menschen oder Dinge sind. Es ist das, was ich fürchte, zu verlieren, nicht zurückzugewinnen, nicht zu erobern. Es ist das, was meine Freiheit, ungebunden durch die Welt zu gehen, überschattet. Es ist das, was mich abhängig von etwas macht.
Und was nun? Was wird der Wind im Jahr 2023 bringen? Als mir diese Frage in den Sinn kam, sah ich mich anders als in den vergangenen Jahren. Ich habe mich nicht wiedererkannt. Ich habe immer dazu tendiert, zu projektieren, zu planen, aber ich habe einfach noch keine konkreten Pläne für 2023. Werde ich im Jahr 2023 auf dem Trockenen sitzen?
Während ich diesen Text schreibe, denke ich, dass… Wenn ich mir im Jahr 2023 einen einzigen Plan, einen einzigen Wunsch erfüllen könnte, wäre es der folgende:
„Möge ich wie ein Boot sein, das mit dem Geschmack des Lebens fließt. Möge das Leben mich dorthin führen, wohin es mich führen soll. Und möge ich den Mut haben, mich nicht zu widersetzen. Möge ich den Mut haben, mich selbst aufzugeben.“
Das war’s.
*
O NOVO ANO
Na virada do ano 2022-2023, eu não senti o impulso de fazer um balanço sobre o ano que estava prestes a terminar e de pensar nas perspectivas para o ano novo. Mas mesmo que isso não tenha ocorrido conscientemente, ocorreu de forma inconsciente. A minha mente estava de alguma forma processando os acontecimentos de 2022 e se perguntando: E agora? E 2023? O que os ventos vão trazer?
Antes do final de 2022, eu me vi me perguntando: „se eu soubesse que iria morrer amanhã, o que me causaria mais dor de deixar para trás?“ A pergunta me surpreendeu e me fez pensar que o que eu tenho mais dor de deixar para trás são os meus apegos. É aquilo que eu temo perder, não recuperar, não conquistar… É aquilo que ofusca a minha liberdade de fluir sem amarras pelo mundo.
E agora? O que os ventos vão trazer, hein? Quando essa pergunta surgiu em minha mente, assim, como quem não quer nada, entre uma atividade e outra, eu me vi diferente de anos anteriores… Eu não me reconheci. Eu simplesmente não tenho planos concretos para 2023. Eu sempre tive a tendência de projetar, arquitetar, planejar… Será que eu vou ficar à deriva em 2023?
Agora, quando escrevo esse texto, penso que… na verdade, se eu pudesse realizar um plano, um único desejo em 2023, ele seria o seguinte:
„Que eu possa ser como um barco, que flui ao sabor da vida. Que a vida me leve, para onde ela deve me levar. E que eu tenha a coragem de não resistir. Que eu tenha a coragem de me entregar.“
É isso.